Fumaça

O fogo que ilumina minha noite,

É o mesmo que acende meu cigarro.

Cada tragada me envenena o corpo,

Mas cada fumaça que sopro também me alivia a alma.

Entre taças de vinhos e livros empoeirados,

Perco-me em pensamentos subversivos.

Na solidão a fumaça se espalha, preenche o vazio,

E veste meus desejos como uma luva.

Até mesmo quando não tem chuva,

Escuto sempre no meio da noite um lobo que uiva.

Uiva e espanta os males,

E como a fumaça, preenche os lares.

Meus pensamentos fluem e pairam pelo ar,

Assim como a fumaça que vem a calhar.

E na solidão não deixa a desejar,

Como uma garça de encontro ao mar.

Mergulhando e buscando um sustento,

Para preencher o vazio que me deixa em desalento.

domingo, 6 de fevereiro de 2011