De eclipses a improvisos.
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Tem sempre palavras que não descansam.
Palavras de minha astuta forma de não dizer.
Travadas na fonte, mortas de sede de si mesmas,
adoecendo de minha mordaça.
Não sei dizê-las, porém, me anestesia o mutismo.
Grande calamidade viver para fora delas, silenciada.
Não sei viver. Disseram que há muita destruição no meu caminho.
Minha terra esgotou-se, os sobreviventes de minha terra estão cansados,
todos são vagos.
Ando morta-viva de palavras que não posso dizer, pois também me esgotei.
Estou tão consumida. Tão consumada.
Andei nesse tempo escuro aborrecida da existência sem escolher.
Também não sei morrer. Se olho o espelho me desgasto...
E não há improvisos nesse silêncio.
Patricia Porto