Dor Hostil

A dor que teima em me olhar,

me olha com ar de superioridade.

Desloca-se como o vento em alto mar,

e trata meus sentimentos com toda autoridade.

Sinto que meus pés não flutuam,

e meu corpo sentado,inerte,não esboça reação.

As vozes de minh'alma murmuram,

e buscam alojar-se em meu coração.

O que devo fazer,pergunto:

Como saciar a fome do insaciável?

Sou fora da lei,presa em meu próprio mundo,

carrego no peito,o sofrer incurável.

Nas estradas da vida,conheci muitas verdades,

em muitos caminhos,só vi dor e melancolia.

Percebi nos olhos de um menino o medo e a maldade,

e entendi que meu esforço de nada valia.

Como desatar os nós que me prendem?

Como prosseguir se ando em círculos?

Todos que eu amo de um modo me ofendem,

eles não conhecem a dor que sinto.

E se eu disser: ei,estou aqui!

Será que saberão que eu existo?

E se eu gritar quando quiser sumir,

será que me acharão à beira do caminho?

A luz está fraca,a força se esvaiu,

meus olhos cansados,cerrados,vazios.

Ninguém aqui entende,conhece ou viu,

tamanha dor cercada de mistérios tão sombrios.

Gabi Vilamar
Enviado por Gabi Vilamar em 01/07/2013
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