QUE DROGA!
O que falar?
Se a voz me cala
Na boca do mundo.
Escarra a saliva quente
Que cospe a própria cara,
No momento da lucidez,
Quanta embriaguez.
Do cínico sorriso
De outro paraíso,
De crer no é ser
Do que não pode ter.
Do ter o calor do inferno,
Mais do que moderno,
São as drogas da ilusão
Que fingem viver feliz.
E a calma transparente
Na liberdade da prisão,
Diante do que é efêmero,
Na ilusão do escudo da paixão.