DAS RUAS
AINDA NA MANHÃ DE 28 DE JUNHO DE 2013
Só por dentro percorro ruas
só no sonho.
As de fora se perderam
porque minhas pernas sem força
- e se força houvera nelas
nenhuns rumos mais.
As ruas não são mais ruas
são quimeras
de alucinações que tive
de viver.
Alucinações que tive
de existir.
Alucinações que vivi.
Estou curada:
Ruas não há mais.
A cidade
todas as cidades
são estas paredes
: uma janela
: uma paineira sempre em frente dos olhos...
natureza-ausência: tortura em carne- viva
cidade-ausência: tortura em carne-viva
vida-ferida: tortura em carne-viva
tortura em carne-viva
ferida
que já nem dói
pobre ferida!
Ferida pobre, a vida.
O que ainda dói e dói e dói
é que persistes
em mim
em mim, que já não persisto em ti.
Em mim, que já não persisto em mim.
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