Confusão do Âmago
Não sei o que estou a fazer, mas sei que estou fazendo.
Não sei que estada é essa, mas sei que estou seguindo.
Sei que estou perdido e deslocado no mundo que nunca foi meu, mas que em algum momento me pertenceu plena e prazerosamente.
Não sei o que ocorre aos meus ouvidos e a meu cerebro, mas estão em demasiado doloridos. O som no mundo me incomoda. O som da vida entorpece-me.
Entro em estado de coma só de olhar nos teus olhos e ver que eu, eu mesmo estou dentro deles. É como um espelho, pequeno, redondo e castanhos.
Meu âmago se retorce cada vez mais, toda vez que encosto nos teus lábios.
Cada dia que passa dou um passo em direção ao nada, ao precipcio.
Não sei o que tenho, mas sei que tenho. A contradição está em cada milimentro de mim.
Ninguém sabe, mas todos sabem e se todos não souberem, eu sei e não basta.
Um verso inacabado me dá prazer no não-entender que ainda está por vir.
E se eu pudesse mudar isso tudo... Temo não ter a audacia suficiente para realizar tal ato. Até que a dor torne-se maior que qualquer outra coisa.
Solidão me assola e me molesta como ninguém nunca fizeste antes.
Ante-ontem chorei segundos antes de cair em sono profundo, cada lágrima cortava-me a face, a pele, a calma. Logo depois adormeci desejando nunca mais despertar.
Não sei como cortar, mas sei como enxurgar o sangue que vir a jorrar.
Não sei como chorar, nem sei como sei como enxugar as lágrimas que derramar.
Um ponto final fanaliza o que em minha'lma insiste não ter fim.