ABSOLETO

*** Elias Alves Aranha

Sentado no sofá da sala,

Com ele a família não fala,

Julgando-o incomodar ou para não atrapalhar.

Despreza o ancião que sobreviveu,

Os obstáculos da vida e venceu,

Sem nenhum momento fraquejar.

Viu o alvorecer, a luz sol chegar,

A fauna e a flora distanciar,

A mata ciliar que pouco resta...

Com a ação do homem insensato,

Que quase acabou com nosso mato,

Devastando nossa floresta.

Transpôs os rios subiu a serra,

Passou o frio lavrou a terra,

Cruzou o horizonte fazendo festa,

Diante do caos atual se cala.

Indigna-se quando o governo fala,

E tem alguém que protesta...

Dos bons tempos de festança,

Só resta mesmo a lembrança,

E o desejo de chorar...

Ao meio dia o sol a pino,

Desafiou o próprio destino,

Vales e montes sofreu para escalar.

Venceu a batalha em tudo,

Mas, o entardecer lhe fez mudo,

Pois não tem pra quem dar respostas...

Apesar de bagagem e conhecimento,

Ninguém lhe faz questionamento,

Pergunta: por que os descendentes viraram as costas?

Elias Aranha
Enviado por Elias Aranha em 18/06/2013
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