ABSOLETO
*** Elias Alves Aranha
Sentado no sofá da sala,
Com ele a família não fala,
Julgando-o incomodar ou para não atrapalhar.
Despreza o ancião que sobreviveu,
Os obstáculos da vida e venceu,
Sem nenhum momento fraquejar.
Viu o alvorecer, a luz sol chegar,
A fauna e a flora distanciar,
A mata ciliar que pouco resta...
Com a ação do homem insensato,
Que quase acabou com nosso mato,
Devastando nossa floresta.
Transpôs os rios subiu a serra,
Passou o frio lavrou a terra,
Cruzou o horizonte fazendo festa,
Diante do caos atual se cala.
Indigna-se quando o governo fala,
E tem alguém que protesta...
Dos bons tempos de festança,
Só resta mesmo a lembrança,
E o desejo de chorar...
Ao meio dia o sol a pino,
Desafiou o próprio destino,
Vales e montes sofreu para escalar.
Venceu a batalha em tudo,
Mas, o entardecer lhe fez mudo,
Pois não tem pra quem dar respostas...
Apesar de bagagem e conhecimento,
Ninguém lhe faz questionamento,
Pergunta: por que os descendentes viraram as costas?