Solitude

Fina chuva

Baudelaire

Na cabeceira

Frio forte

Vinho, cicuta e

Houdar De La Motte.

Chuva

Insistente

Vem, no Restelo

Vem de Belém

E dos versos

de Paul Verlaine

Eu querendo

(Te) esquecer

Me aprofundo

em Mallarmé

Ou Louise Labé

Chuva fina

em Lisboa

Me pego chorando

Ouvindo Amália

Lendo Florbela

Chuva caindo

Eu me suicidando

Sem ninguém

Em meio às páginas

De Jean-Luc Pouliquen.

Chuva e frio

Copo vazio

Corpo estendido

Poema interrompido.

José Benício
Enviado por José Benício em 17/06/2013
Código do texto: T4346141
Classificação de conteúdo: seguro