MEU DIA VAGO
Meu dia vago e sombrio
Que me tem ensimesmado
Neste feitio enfadado
Na forma de corrupio.
Não sei se me passa a hora
Nem se o acaso consente
À laia de quem desmente
Se me fico ou vou embora.
Vou contigo, porque não?
Não tenho para onde ir
Se me fico, é de fugir,
Se não, passo horas em vão…
Nestes minutos diversos
Sentar-me-ei a escrever
O que à minha alma vier
Na forma vaga de versos.
Vagueia gente pela rua
Não sei se triste s´ alegre
Aos seus cogites entregue
À volta de coisa sua.
E aquela pomba perdida
Com certo ar assustado
Põe-me mais ensimesmado
Cogitando a minha vida.
Por esta tarde sombria,
Com chuva leve de bruma,
Sinto momentos de espuma
Com espasmos de apatia.
E à luz de um poema de Antero,
Em Raios de Extinta Luz,
Num traço que me seduz
Componho os versos que quero.
Vai, amor, e não demores
E, por tudo o que desejas,
A cada momento vejas
As coisas serem melhores.
E, como tu sempre dizes,
No auge das emoções
Tenhamos mais ocasiões
Com aventuras felizes!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA