ordinário
perdoe-me,
eis em teus pés,
um vagabundo,
um menino sem esperança de crescer,
dentro dele uma saudade arrebatadora,
como soco de fugilista,
esse homem vil,
jogado em sarjetas,
a vida presenteara com sentimentos ordinários,
feito puta nunca amada,
feito cão sem dono e osso,
feito vida solitária,
e dessa ele nunca sai,
oh! homem,
ajoelha-te a morte,
pede a ela uma vida,
pois ele morre todos os dias,
e ressucita ao acordar,
procurando mais um gole,
de tua vida,
ou mesmo de uma bebida barata,
perguntando a si,
porque acordei mais uma vez?