Versos Perfumados de Outono
Sob o jardim, o sol já se dá em seu tom maior
Estreitando ainda mais o orvalho sobre as pétalas
Da noite que se foi deixando saudade,
Versos que de se desprendem das flores
Em alforria floral!
Na mesa, pena, papel e tinteiro
Aguardam dos raios, um caminho para trilhar,
Pintar de poesia a tela vazia...
Vozes ao silêncio!
Lá fora, tudo voa tudo se faz quimera
Por avessos tatuados pela solitude,
Quase etéreas em suas palavras nuas,
Quase silenciosas em reversos tônicos!
Acesa está à chama brilhando, dançando
Com a musicalidade dos ventos que adentram,
Trazem da cidade argumentos, vidas secas,
Lágrimas para olhos, salina para os canteiros!
Da vitrola emana o som do vinil
Acordes de um passado condizente ao âmago,
Cheio de melancolia, quiçá de alguns verbos
Emoldurados pelo amor, encouraçado ao divã dos dias!
30/05/2013
Porto Alegre - RS