Fim Do Horizonte
Continuo perambulando descalço
Nesta tão assustadora estrada
Sob vários corações em estilhaços
Enquanto dentro de mim há nada
Embalsamado num eterno sofrimento
E imune às intempéries amorosas
Réquiens adornam o meu lamento
Tornam espinhos as pétalas de rosas
Temeroso e incrédulo, ainda sigo
Incansável, fitando o horizonte
Carrego uma enorme solidão comigo
E uma paixão ardente e flamejante
Essa paixão, aos poucos, se esvai
O fôlego da vida, então, desaparece
O inferno levanta, a temperatura cai
E minha existência, enfim, esmaece