Conto da Solidão IX: Conto Cantiga – Vela!

Antes de ser, o que vê, o que eu sou!

De ter estudado e, chegar onde estou.

De ter meu coração arrebatado.

E por você ficar apaixonado.

Mostro-te minha raiz de verdade.

Algo que nunca esquecia nas realidades!

Sou minino do interiô.

Peço bença e chamo de senhor.

Meus pais e meus avôs!

E respeita que era doutor!

Que trabaiá dá caráter.

E que istuda tinha que merecê!

Que um dia ia, encontra alguém como ocê!

Nos passos torto da vida.

Num tem biete só di ida...

Intão aprendi a escrivinhar,

E procê outro jeito de rimar!

Li os poeta e os escrtitô.

Mai é do jeito simples te falo meu amor!

Memo do jeito tudo errado...

E nem sempre acordado!

Então procê, e não duvida.

Vai essa cantiga vivida!

Os poeta diz que é paixão são fogo.

Que te deixa tomtim tomtim. E como!

Mai eu num acho bem isso...

Oia pru uma vela, sem desperdiço.

Presti uma tenção na vela,

Derrete divagrim e espera.

O tempo que precisar.

Pro ocê respirar.

E sabi? que nesse mundão de Deus!

Ententi como sou eu i teu!

Porque ocê é comu o fogo!

Que queima num altar

Eterna sem parar

Donde faiz sua dança e seu jogo

De chamas queimando

Paixão tomando.

E eu sou a vela,

Que o fogo espeia

Num derreiti. Porta e segura,

Contenti com sua travessura

Uma vela que si renova,

E seu fogo inova,

E que seu fogo, na minha vela faça!

Senão num tem graça,

Por que ai que fica bão

Nunca esque o coração.

Amodo deque seu fogo tentadô

Alegra a vela de resplendô

Que nunca derreti

E nunca desprometi!

D.A.

19 – 26 de maio de 2013!