Vindas das idas.

Fujo de mim,

quando desejo achar-me vivo

e ser feliz.

Fujo, indo-me estrada afora,

solitário viajante das metáforas,

fujo como ninguém!

Fujo para me sonhar

e ser teu sono abandonado,

achado em mim solitário

no abraço de qualquer amor que encontre.

Fujo para não ficar

desamado e triste,

no abandono de tuas multidões,

onde se escondem meus passos

que nem amam, nem andam

e, fugindo, ficam

abandonadamente indo-se...

nas estradas de ninguém.