Coisas que se vão.

Há em mim o que não há em tudo.

Há o que me foge e fica

e o que me cala,

falando por um choro que ri e nem se abala.

Em mim, há uma alma

cheia dos mistérios comuns

e dos comuns mistérios.

Minha alegria está livre

nos sonhos que me divertem,

nos desejos que me algemam,

nas vontades que me escapolem.

Há em mim o teu desejo!

Meu medo, esse teu refrigério,

surdamente me amarra

e me cega

e me cala.

O que me sufoca, anda

e assim vôo parado

para eu cair sobre mim,

subtraindo os pecados.