NADA E SAL
Das profundezas de um amanhã,que ainda não chegou,o gosto de sal.
Nas mãos um,nada,que não posso pegar,um,nada,que me olha estranho,
em silêncio nos olhamos,não vejo seu olhar,um infinito frio,gélido,cálido
tenta me convencer a me acostumar com o gosto do sal.
Entre olhares sigo a passo,viro-lhe as costas,que fique com seu amargo
gosto de sal,e me deixe divagar sobre o doce das coisas,da vida,de tudo
mesmo que agora seja,nada,ainda assim,há esperança terá o gosto doce
de outrora.Quero que me venha a cabeça,algo bom,mas ainda,nada.
Quem sabe o sal e não o doce,o desencanto,desalento,e solidão
sejam a minha sina,a vida sem amor que ninguém quer,me escolheu.
Não começamos com parágrafos,a linha não é nova,há borrões e raspas
de borracha,mesmo assim nada se apagou,tudo esta ali,como sempre
esteve,inérte,inodoro . . . sal