CARCERE PRIVADO

Sou uma moldura sem foto,
opaca aquarela sem pintura.
Passaporte sem carimbos,
navio atracado sem destino.
Prisioneira na gaiola oxidada.

Alma impregnada de lamúrias,
Sorriso no piercing desenhado.
Dor milenar no corpo tatuado, 
coração feito alvo guilhotinado.
Sem atrativos, sem quase nada.

Não venha! Ficarias desapontado
com que a vida me deixou de legado:
Corpo latente, no deserto minguado,
sôfrego, abandonado e desistido...
Vivo por viver em cárcere privado.



 
Railda
Enviado por Railda em 21/05/2013
Reeditado em 30/01/2016
Código do texto: T4301207
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