Confissões à Chuva Desnuda
Úmidos e incontidos acordes
Pautam o anoitecer da estação que d’oura,
Notas de um blues escrito numa tarde cinzenta,
Vislumbrando melancolia, outras cores
Pelos passeios, pelos jardins de outrora!
Em cada palavra erudita
Um verso se desprende d’alma, do ensejo,
Das malhas d’uma rede iluminada por sonhos
Tênues como as águas do rio cruzando a montanha,
Despertando o mistério de amar!
O refrão da melodia é imensurável,
Ecoa das ruas, das entrelinhas e vielas
Transmutando em todas as claves
O belo desfecho desta tenra comédia chamada vida,
Uma estrofe sobre folha, uma poesia nas pedras!
Encantos, acalantos, doutrinas oriundas
Do âmago em êxtase, em elementos
Que só peito desnudo pode decifrar, colorir
Feito uma tela de Renoart, numa nua parede!
Que nada seja inconfesso
Diante d’uma “Desiderata”, confessa
Em sentimento, em eras próprias do amor
Conjugado pelo coração, etérea canção!
19/05/2013
Porto Alegre - RS