Contos da Solidão VI – Os remédios e não versar!
Talvez meu celular,
Nunca mais toque seu som.
Nunca mais irei escutar,
Carry On My Wayward Son.
Fico te imaginando,
Em dúvidas, arqueada por ai,
Indo e vindo. E eu sai!
E nos remédios, ponderando.
É de entristecer,
A dor de tomar esses remédios
E não poder te dizer,
Olhar o tédio,
E não poder escrever.
A dor de tomar esses remédios
Tornaram-se um tormento
Escondendo dentro do meu ser!
Esses medicamentos
Escute! E abra seu olhos,
Prefiro a dor constante,
Pois minha mente estava de molho.
E ser criativo e você inspirante.
Olhar por todo seu corpo,
Para seu sorriso, para sua pele,
E cada rima vir de estorno
Não tempo perdido...
Aluído e doido
Mais um novo! O seu tempo nele.
Eram muitos os medicamentos.
Agonia cognitiva do letramento
Não conseguia criar ou escrever,
Mesmo diante de você,
Que me inspirava.
E me apaixonava,
Mas fraca era minha cognição.
Cortava a imaginação.
Era uma agonia terrível,
Querer-te poetizar...
Com remédio, não era possível!
Uma angustia a sufocar!
OPEN YOUR EYES...
O que eu sofria nesses ares,
O que o drogamento me podavam...
Os versos que te brindavam!
Não conseguir te colocar em palavras.
Versos e, sonetos líricos,
Da letargia e ressalvas.
Era um profundo martírio.
Tentava e a cada linha
Era a droga, era lástima!
E sabe o que vinha
Gotas de lágrimas!
Abre los ojos!
Das vaidades há o despojo,
São versos de saudade, de amor, de desejo!
De alegria e de ensejo,
Que vontade de rimar...
E no seu ouvido sussurrar...
Entre os corpos enlaçados,
Com carinho e ternura,
Cobrindo os espaços,
Fechando velhas lacunas.
Esses versos meus,
Que são tão seus!
Você se tornou,
A mulher que eu esperava...
O tudo te levou...
E a vida te leva...
Não tomo mais os remédios!
Sinto a dor e o tremer,
Ficam os versos de intermédio!
E, você me inspira a escrever.
OPEN YOU EYES!
E um dia ouvirei!
Aquele bom som
Carry On My Wayward Son!
D.A.
abril de 2013