AMARGURA QUE HABITA O PEITO
E tu, ó MORENA, que reapareces,
Enchendo-me de ilusões das quais já sofro,
Prometendo um derradeiro ardor de nada;
De tanto nada me torno n’um sem compaixão;
Nada ganho, exceto essa mísera escravidão amorosa,
Que tanto dilacera o já tão sofrido coração...
Coração que bate cadenciando tanta magoa,
Solidão transbordando, preenchendo o vazio;
Vazio que sustem este miserável mortal_
Lágrimas que inundam o amargor da minha sede;
Lágrimas que caiem regando o chão ressequido,
Cedendo vigor à mesma paixão há tempos envelhecida...
Pão amassado por um diabo descrente;
Um pecador que insiste no erro de amar,
Fazendo uma oração mentirosa e repetitiva
Que nunca há de chegar aos ouvidos de Deus_
Ó Deus tão cheio de benignidade,
Conceda-me perdão por amar essa “MORENA” alheia...
Ah! MORENA, maldito seja o nosso amor,
S’eu me ajoelhar suplicando perdão à Deus,
E Ele me conceder_ minhas mãos não te acenarão,
Sepultada ficarás n’uma memória sem volta,
Vida tão sublime eu volto ganhar outra vez,
Livre eu estarei do pecado escravista de te amar...