Ermo
De repente você quer
Uma mão pra afagar a pele
Um ombro para apoiar a cabeça
Um colo pra aconchegar-se
Fechas os olhos e ao abrí-los
Não ver ninguém
A chuva cai lá fora e faz um frio
Em seu coração
Eu não vi quando você
O devastou e espalhou meus sentimentos
Quer entrar pra ver como deixou o lugar?
E não tem jeito sempre espero melhorar
E as atitudes que ficaram para depois
Não tem mais validade se acontecerem
Eu só queria descansar de quem eu escolhi
Para colorir meus dias, que agora andam cinzas
Ainda chove...
Alguém acaba de chegar
Café quente à mesa...
Mas acredito que mudei minhas certezas de lugar
Só peço que leve seus livros e discos
Não quero me lembrar do que um dia fomos
Antes de ir quero que me faça um favor
Quero que me faça amor
Me faça morrer de rir
De quão ingênua fui
Deixando você invadir e estragar
As boas lembranças que
Poderia guardar de ti
Eu li no seu silêncio
A sua culpa
Mas é tarde
Inicia-se meu ermo.