Ermo

De repente você quer

Uma mão pra afagar a pele

Um ombro para apoiar a cabeça

Um colo pra aconchegar-se

Fechas os olhos e ao abrí-los

Não ver ninguém

A chuva cai lá fora e faz um frio

Em seu coração

Eu não vi quando você

O devastou e espalhou meus sentimentos

Quer entrar pra ver como deixou o lugar?

E não tem jeito sempre espero melhorar

E as atitudes que ficaram para depois

Não tem mais validade se acontecerem

Eu só queria descansar de quem eu escolhi

Para colorir meus dias, que agora andam cinzas

Ainda chove...

Alguém acaba de chegar

Café quente à mesa...

Mas acredito que mudei minhas certezas de lugar

Só peço que leve seus livros e discos

Não quero me lembrar do que um dia fomos

Antes de ir quero que me faça um favor

Quero que me faça amor

Me faça morrer de rir

De quão ingênua fui

Deixando você invadir e estragar

As boas lembranças que

Poderia guardar de ti

Eu li no seu silêncio

A sua culpa

Mas é tarde

Inicia-se meu ermo.

J Di Castro
Enviado por J Di Castro em 10/05/2013
Reeditado em 25/06/2013
Código do texto: T4282893
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