A Ostra e a Pérola
Meu corpo é viva pérola.
Morto, vivo
na outra ostra dos meus sentimentos,
adulando desejos
saídos do mar.
Com a mão,
prendo o tempo esquisito,
afoito e perdido
na maresia de um cais.
Caminho
num voltar de horizontes
sem ser carne ou peixe,
mas, rara pérola
trancada e sofrida,
tão seca de ar...
queimada da sorte,
perdida na vida,
achada no mar...