Vazio
O coração como cinzas
se desfaz com o vento das ilusões
levando para longe
sob o tapete do tempo
as lembranças de outrora
Só o que tens em mãos
é a dor cortante como lâminas
Lapidando em seu âmago
a estátua do vazio eterno
Tu colheste nesta vida
aquilo que plantastes
Agora é tarde, e não há
mais como consertar os pensamentos
quebrados
A penumbra ofuscou sua vida
as trevas tomaram sua existência
Caminhando errante
pelos caminhos daqueles
que já nasceram com as veias cortadas
Gotejando o sangue escarlate
no livro da vida
escrevendo sua história melancólica
Já não há mais lágrimas
há muito a fonte secou
E só o que restou
foi um poço vazio…