O poeta e a solidão
O poeta e a solidão
O poeta e a solidão,
seguem pela avenida,
de braços dados,
no final de mais um dia,
A lua o acompanha,
iluminando seus passos,
pensativo e sonhador,
e a solidão no seu encalço,
A lembrança dos seus dias,
de seus amores e desilusões,
das tristezas e da saudade,
da boemia no antigo bar,
O café expresso, o cappuccino,
o licor o vinho tinto,
únicas companhia de uma noite,
sem mulheres, sem amantes nem romance,
Ao dobrar a esquina,
no banco da praça,
meio sem graça,
o poeta contempla,
A triste cena,
de um beijo romântico,
e o mais triste,
a boca não é a sua,
A verdade nua e crua,
de volúpia treme, se arrepia,
o amor que tanto escrevia,
dele escarnece e zomba,
Logo dele que o procurou desesperadamente,
embora estivesse presente,
grafado nas entrelinhas,
nunca o sentiu com fervor,
De repente... Algo sua atenção chamou
era a solidão,
estava com pressa.
Polly Hundson