Seresta de Solidão

Preciso de um verso

Seresteiro, que da pétala se faça flor,

Feito a jardineira semeadora de sonhos,

E o seu céu seja o meu firmamento!

Dos seixos pelas calçadas

Notas e semi-notas abram-se em leque,

Dispondo da harmonia, de toda a graça

Do anoitecer sobre as montanhas,

Como um beijo rubro de uma poesia!

Vastidão, mistério, imo solitude

Pelo esvoaçar dos tecidos, soando em perfumes,

Divino olhar, o cuidar pelo valsar do estrelar

Sob o flutuar do luar, dores, amar pela caminhar

Das letras, marejado papiro... Oh, suspiro!

Quando voeja a canção

Tudo se mescla em partitura de seda

Quimera sofreguidão!

Ao som do vento entre as folhas secas

Toda forma do amor, passos contra baixo,

Oh, pulsa coração, asas a alma, palavras ao pôr

Trazendo o amanhecer de um poema só,

Musica ao travesseiro, cor ao luzeiro!

30/04/2013

Porto Alegre - RS