Sótão Abandonado.
Minha mente é um sótão abandonado
Onde não possuo o trabalho de lhe abrir as janelas.
E no fundo do quarto um baú empoeirado
Guarda todos os sonhos que só pertencem a ela.
Espalhados no chão estão as minhas memórias
Tendo em cada fragmento um peso do meu tormento.
E nem a poeira conseguiu ocultar suas historias
A ponto que sempre levei na alma este grande sofrimento.
Toda a mobília que lá se encontra esta apodrecida.
O mofo já lhe esta a cobrir totalmente as paredes.
Por um instante a mente quase se da por vencida
Mas ainda se recusa a abraçar a morte que já no sótão sentes.
Súbito um grito rouco se deixa escutar
Invadindo o sótão e o vibrando inteiro.
Um vulto demoníaco foi o que se pois a gritar:
-Sou a loucura e deste sótão tornei-me agora posseiro.