Vento de areia

E esse vento de areia que atinge meus olhos, dilata minha visão,

Dilata meus delírios que são apenas seus.

Esses meus pedaços pelo caminho... Se eu pudesse, juntaria um por um e ofereceria a você.

Aceitaria meu beijo? Mais que isso: aceitaria minha alma como prova de amor e ternura?Daria-me um beijo mas não de areia?

Correria pelas estradas mais estreitas e pelos ventos mais intensos para chegar até seus olhos, seu sorriso e sua alma.

Se o amor é uma virtude, por que existem tantas muralhas sobre ele?

Se você me vê como amigo, por que o que eu sinto vai longe disso?

Por que tudo que fiz foi por amor, mas você viu como algo amigável? Amigos dão rosas e chocolates uns para os outros?

Amigos escrevem poesias expressando-se pela alma sobre o amor que sentem sobre o outro?

Se todas as tempestades forem de areia, então que me cubram, mas que salvem o meu amor.

Se eu luto, é porque eu vejo uma conquista vitoriosa no final. Se eu insisto, é porque eu sei que tudo é tão real quanto a nossa existência.

Mesmo que eu pise no coliseu, e, por aventura, nada aconteça, eu estou preparado para buscá-la.

E se você estiver do outro lado, eu cruzo as pontes, mesmo que haja um desgaste psicológico; nado nos oceanos, mesmo que haja um desgaste físico; invado as matas, mesmo sem bússola, mas chegarei em seu sorriso.

E quando nos depararmos, veremos que tudo em nós faz sentido, que as rosas do nosso jardim cresceram e floresceram, que as pontes se interligaram,

Que o vento de areia parou de soprar em nosso respeito.

Renato F. Marques

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 24/04/2013
Código do texto: T4256892
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