ATÉ NUNCA MAIS TRISTEZA!

Sou apenas o pequenino ponto escuro da letra i

a nota musical da melodia da passarada

a folha seca despencando da árvore triste

o pingo d'agua que banha a linda mulher

um fio de cabelo arrancado pelo vento

o grão de areia escorrendo da água do mar

uma estrela pequenina e apagada no céu

que ninguém vê nem imagina existir

o sopro da brisa dobrando as esquinas

um olhar perdido buscando sonhos

o botão azul da blusa esquecida no chão

um risco da tinta jogada no ar

o toco de lápis da pobre criança

o caderno rasgado e jogado a esmo

o tiro no escuro que fere a noite

o fósforo desprezado depois de aceso

o poeta costurando palavras e

tecendo ilusões.

Por travesseiro a tristeza,

com quem dormi abraçado;

por lençol a melancolia,

que me cobria as lágrimas;

vieram as sombras melancólicas

nos pesadelos das lembranças

e despertei nos braços

mórbidos da saudade.

Uma chuva fina

acordava a manhã.

Dispensei a tristeza com um sorriso

quando a melancolia me visitou

num instante repentino.

E minha alma, agora serena,

bradou enfim livre da nostalgia:

fora amargura, já não há lágrimas

para regar a solidão

e no meu peito não mais bate

um coração movido a dor!

Doravante direi não ao sofrer

pois hoje meu ímpeto é sorrir

e o desejo a impulsionar-me é viver,

porque a vida me chama

à felicidade contínua.

Até nunca mais tristeza!

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 20/04/2013
Código do texto: T4251030
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