O banco vazio
Toda noite, ia um casal assistir a aurora,
Sentados em um banco de cor branca.
Morreram... Ávida o tempo vós arranca
Do antigo companheiro... Vás embora.
A morte é uma tenebrosa tranca!
Com saudades o banco chora...
- Quem virá? Quem virá agora -
Pergunta o banco de cor branca.
Nenhuma resposta obtém...
O banco vai ficando acabado...
Esquecido... E por todos, é largado.
- Sente aqui... Vem? Alguém... -
Chora o banco vazio...
Em longas e frias madrugadas
Onde passeia almas penadas
Causando um fúnebre calafrio.
Amanhece o dia... A tristeza continua!
O sol clareia as velhas tabuas...
Mostrando as profundas magoas
Do solitário banco largado na rua...
A morte é uma horrenda alavanca
Puxada por deus... A tristeza continua!
Chora... Sobre o clarão da lua,
O triste banco de cor BRANCA.
29/10/12