Passagem de Ida

Os últimos suspiros de uma poesia que silencia,

Sonoros versos de amor que o egoísmo asfixia.

Um silêncio, que dorido, ecoará na eternidade...

Ah, o adeus que fatalmente me soa tão covarde.

Infesto adeus cruel a corromper o encantamento

Amor que perde seu abrigo e ajusta-se ao relento

O mesmo amor que brilhou às nossas esperanças

Enturva-se à névoa das nossas destemperanças.

Um devaneio de amor que não coube a realidade

E fez-se em pedaços com uma afetada docilidade.

Aos dois alquebrados corações coube a rendição,

Ao amor amado e jamais vivido coube a abstração.

O amor é um encontro, o adeus é um extravio...

Sopro que leva cada pedaço do todo para o vazio.

O amor é poesia... Vívida, vivida... É ida e vinda...

O adeus é dor vívida, vivida... Passagem só de ida.

Sil Castilho
Enviado por Sil Castilho em 16/04/2013
Código do texto: T4244137
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