o poeta, as máscaras e o animal. (terra de sal e ninguém)

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Eu tenho medo do animal que existe dentro de mim.

Ele não pensa. Comporta-se como uma besta à mesa,

não tolera toalhas rendadas e porcelanas.

Ele não faz as unhas por preguiça, ele não entende para que lhe serve unhas pintadas.

O animal que me habita é selvagem, intranquilo e pode ser violento ao afago.

Olho para ele quando me visto e vejo que ele me entende e me dá coragem.

Algo nele me diz que sou parte dessa estrutura animalesca e temporal.

Não ouso dominá-lo. Preciso de sua fome voraz, preciso alimentá-lo com meu sangue,

minha carne, meus ossos.

Nascemos juntos e na temporada de caça saberemos exatamente onde nos recolher.

Patrícia Porto

Patricia_Porto
Enviado por Patricia_Porto em 14/04/2013
Código do texto: T4240667
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