AINDA QUE ARDA
NA MADRUGADA DE 09 DE ABRIL DE 2013
Se voz me coube, agora não me cabe
a não ser esta voz solipsista.
Ainda que tarde antiga me arda
arda só no coração, este à deriva.
Existir só na sombra, como sempre.
Não me cabe da vida a claridade.
Nunca me coube, esta é toda a verdade
em que relutei crer, agora patente.
Assim, a tua voz num canto, a minha noutro.
Se haja ponte entre ambas, ponte invisível
como o foi toda a vida, sempre, invisível,
demasiado antes de haver-me este claustro.
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