As Pedras que nos Acompanham.
Quando as pedras nos atrapalham o caminhar
Temos que dar voltas, mas nunca retornar
A vida guarda-nos para ela de forma estranha
A morte aguarda-nos sonsa e cheia de manha
Andamos no fio da navalha, na corda bamba
Somos a folha seca que, ao deixar sua árvore
Acompanha o vento e cai bem distante, à sombra
Sem rumo, sem serventia, sôfrega pedra, mármore!
E, se morta, mas bem tratada, está sempre radiante
Seu espírito suporta o tempo, um eterno gigante
Inda que mãos firmes às vezes nos segurem
Caminhamos sem destino, sem tino, sozinhos
Teremos companheiros e amigos em algures
Seremos eternos passageiros em mundos vizinhos
Mas não nos conheceremos; só sabemos; só sabemos
Cada qual na sua morada, sem viver, no nada
Uns olham para os lados, outros para os extremos
Lado-a-lado, jutos, no caminho e mesma estrada
Não se veem; não se falam; não se abraçam; caem
Como a folha seca que a ventania deixou sem guarda
Sem vida, sem sangue os corações se esvaem
Vem a tempestade e o mundo, e com ela as pedras
Barrancos que se fazem muros intransponíveis
Trôpegos, caminhamos até à luz que nos impõe regras
Amedrontados, sem saber o que nos aguarda
Pisamos macio, às escondidas, como invisíveis
Somos seres amedrontados, pó na enxurrada
Sem sombra, sem vida, almas imprevisíveis
Caminhamos com medo, tropeçando aqui e ali
Somos frutos podres, azedos, e, às vezes, dóceis
Ele ensinou tudo o que sabia aos apóstolos e a Eli
Se ainda não aprendemos amar e não ser precoces
Demo-nos as mãos e caminhemos sempre juntos!
Porque o amanhã virá, e a cobrança será justa
Quantas pedras virarão apodrecentos pés de juncos
Enquanto, a passos largos, vivendo ricos e à custa
De meeiros que de nada tinha em dinheiro ou fazenda
Só pedreira, pedregulhos e agrestes espinhos no caminho
Era um ninho da pequena e agonizante merenda
Dos porcos espinhos; dos espinhos porcos vistos no ninho
E todos mortais, abençoados que fomos um dia
Rezamos Ave-Maria por três dias; por nove dias; noite fria
De um Pároco em sua santa Igreja, em sua mesquinha Abadia
Aleluia! Que nossas pedras se levantem nas noites de urgia!
Quando as pedras nos atrapalham o caminhar
Temos que dar voltas, mas nunca retornar
A vida guarda-nos para ela de forma estranha
A morte aguarda-nos sonsa e cheia de manha
Andamos no fio da navalha, na corda bamba
Somos a folha seca que, ao deixar sua árvore
Acompanha o vento e cai bem distante, à sombra
Sem rumo, sem serventia, sôfrega pedra, mármore!
E, se morta, mas bem tratada, está sempre radiante
Seu espírito suporta o tempo, um eterno gigante
Inda que mãos firmes às vezes nos segurem
Caminhamos sem destino, sem tino, sozinhos
Teremos companheiros e amigos em algures
Seremos eternos passageiros em mundos vizinhos
Mas não nos conheceremos; só sabemos; só sabemos
Cada qual na sua morada, sem viver, no nada
Uns olham para os lados, outros para os extremos
Lado-a-lado, jutos, no caminho e mesma estrada
Não se veem; não se falam; não se abraçam; caem
Como a folha seca que a ventania deixou sem guarda
Sem vida, sem sangue os corações se esvaem
Vem a tempestade e o mundo, e com ela as pedras
Barrancos que se fazem muros intransponíveis
Trôpegos, caminhamos até à luz que nos impõe regras
Amedrontados, sem saber o que nos aguarda
Pisamos macio, às escondidas, como invisíveis
Somos seres amedrontados, pó na enxurrada
Sem sombra, sem vida, almas imprevisíveis
Caminhamos com medo, tropeçando aqui e ali
Somos frutos podres, azedos, e, às vezes, dóceis
Ele ensinou tudo o que sabia aos apóstolos e a Eli
Se ainda não aprendemos amar e não ser precoces
Demo-nos as mãos e caminhemos sempre juntos!
Porque o amanhã virá, e a cobrança será justa
Quantas pedras virarão apodrecentos pés de juncos
Enquanto, a passos largos, vivendo ricos e à custa
De meeiros que de nada tinha em dinheiro ou fazenda
Só pedreira, pedregulhos e agrestes espinhos no caminho
Era um ninho da pequena e agonizante merenda
Dos porcos espinhos; dos espinhos porcos vistos no ninho
E todos mortais, abençoados que fomos um dia
Rezamos Ave-Maria por três dias; por nove dias; noite fria
De um Pároco em sua santa Igreja, em sua mesquinha Abadia
Aleluia! Que nossas pedras se levantem nas noites de urgia!