DAS COISAS PERDIDAS (1987)
Publicação na madrugada de 06 de abril de 2013
As palavras de sumo
em que lugar se esconderam?
Aquele sumo dos olhos
Secou na alma de cavernas?
Em que beira de caminho
se exaustou a alegria?
Onde as areias de sonho
dos destruídos castelos?
Os castelos ruíram
em que praias de que mundos?
Quando se esgotou o mel
nas mais fraternas abelhas?
Quando todas as pegadas
se tornaram estrangeiras?
Quando o tempo se encolheu
como uma estrela ferida?
Quando o amor desistiu
de suas belas mentiras?
Será que foi sempre assim
e os atores não se deram conta?
Onde as palavras de amor
sem livre acesso nas prateleiras?
Por que a paixão desertou
bem no meio da batalha?
Por que a beleza
já não toca mais as nossas peles?
Algum dia não mais os olhos
se desviarão dos espelhos?
Ainda se verá o claro olhar do outro
no interior do olhar próprio?
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