Estranhos conhecidos

Ninguém sabe onde errou

Ninguém sabe onde os caminhos se perderam

Onde foram os passos marcados

pelas lágrimas guardadas num lenço

Ninguém sabe exatamente quando hesitou

E teve a cruel dúvida

Onde morreu tudo que se sentia

Onde morreu todo sentido

O fato que a hora de ir embora

chegou

A mala está pronta

A porta está aguardando a saída

Os olhos ESTÃO PRONTOS PARA última mirada

Num flash tudo entrará para a memória

E sairá sangrando do real.

A porta se fecha

A rua parece mais fria do que vista da janela

As pessoas um cenário estranho e mutante.

E as palavras derramam sobre nós

A fonética mágica e intrigante.

Adeus.

Será o fim?

O meu fim?

O nosso fim?

Ou as reticências partidas por

mera estupidez romântica.

Uma certeza está na bagagem

Não sentirei tudo de novo…

Sou outra depois que

Passei pela soleira da porta.

E vc é outro depois do meu abandono.

E esses dois outros, são os mais

perfeitos estranhos que a estória

pode produzir.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 05/04/2013
Reeditado em 05/04/2013
Código do texto: T4224347
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