Olhos Negros
Negros como uma escuridão,
Mas límpidos iguais as luzes pela janela
Expandem toda a sua solidão
Como a timidez da sombra d’uma vela!
São distantes da compreensão
E parecem próximos de tantos segredos,
Dispersam palavras de emoção
Guardando na tristeza constantes medos
Próximos reluzem pela unção,
Das palavras juntadas em imensos zelos
Fixos apontam para a direção,
Quisera a fundo senão poder conhecê-los
Iguais aos frutos da comoção,
Tão similares como os bustos dos gregos
Pintam com lágrimas a paixão
De poder reverenciar estes olhos negros!