QUANDO EU NÃO ESTIVER MAIS AQUI

I

Ó solidão amiga minha,

Porventura deixarás a morte

Roubar-me de ti,

Dos teus acalantos braços?

Impeça que ela venha,

Ela encontrará um moribundo frágil,

Indefeso, sem forças pra reagir...

Ela vem, ela vem, tudo bem!

II

Ó solidão amiga minha,

Negocia com ela, te peço,

Afinal de contas é só a ti que tenho,

É só a mim que tu tens,

Convença-a que não terá lucro algum,

Solte as suas gargalhadas, faça-a pensar...

Mostre a ela o quanto o homem é miserável,

Que não sou tão importante assim...

Não a deixe me tocar;

Não a deixe olhar em meus olhos;

Não a deixe te convencer;

Não a deixe se pronunciar muito.

III

Ó solidão amiga minha,

Pense nos dias que virão

Sem a minha companhia;

Sem a minha latente dor...

Dê-lhe as costas, a ignore,

Pegue a minha mão...

IV

Ó solidão amiga minha,

Não a deixe olhar em meus olhos,

Vamos juntos para o lugar

Que só nós conhecemos...

Jairoberto Costa
Enviado por Jairoberto Costa em 03/04/2013
Código do texto: T4221985
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