Quando vem a solidão
A ladeira da rua
sobe e desce nos olhos
disfarçando um templo em ruínas.
Morre um pássaro
afogado no céu das retinas
e uma flor ignorante, desabrocha
mais embaixo à espera daquele beija-flor.
Viúva em descoberta,
salta da janela do medo
até os becos
dos dedos.
Palmo adentro,
lutam espadachins;
luz e treva,
por premios de horizontes.
Das imagens vagas,
vagarosas lágrimas
descem ao chão
desmanchando o último
quinhão.
Cai a torre
rola o sino
desponta solidão...