Quando vem a solidão

A ladeira da rua

sobe e desce nos olhos

disfarçando um templo em ruínas.

Morre um pássaro

afogado no céu das retinas

e uma flor ignorante, desabrocha

mais embaixo à espera daquele beija-flor.

Viúva em descoberta,

salta da janela do medo

até os becos

dos dedos.

Palmo adentro,

lutam espadachins;

luz e treva,

por premios de horizontes.

Das imagens vagas,

vagarosas lágrimas

descem ao chão

desmanchando o último

quinhão.

Cai a torre

rola o sino

desponta solidão...

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 02/04/2013
Reeditado em 05/04/2013
Código do texto: T4219383
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