LITERALMENTE PROCURO.-
Passo literalmente pela nossa sala,
entro na solidão do nosso quarto,
com ele a saudade e tristeza reparto!
Sapatos no chão, não encontro a mala,
nem o choro intermitente das crianças.
Meu Deus! estou perdendo a esperança...
Nossa! O carrilhão bate, são treze horas,
é hora de buscar as crianças na escola!
Um grito agudo no corredor: vá embora,
Matilde pô, vê se tu não me amola...
Meu Deus! Quantas confusões e brigas,
mas, tudo não passava de intrigas!
A felicidade creio eu, reinava no casarão,
cadê as crianças, a mala, puxa que solidão!
Meu corpo se arrasta e procura repouso,
deitar em nossa cama, não quero não ouso!
Daí sentar-me na cadeira alcunhada "do papai",
tua lembrança me agita, roda, gira e não sai...
Que saudades tenho: das crianças do teu grito,
ando, procuro pela casa, tudo é tão esquisito...