DA SOLEDADE:

Na soledade

Falo de mim para meu eu.

Falo de mim para meus ouvidos.

Não digo do que falo,

Pra surdez de quem é ter.

Falo de mim para quem é ser.

Não falo para a guerra insone.

Falo da guerra lume.

Hábil revolução inebriante.

Olhei o olhar que não enxerga nada.

Não espero que tal olhar,

Desnudo de amor entenda o que penso.

Não falo com a cegueira dos que são pecadores.

Não falo de certezas com os que não sabem voar.

A minha certeza é inserta,

Quando voamos,

O olhar está distante dos que caminham.

Sua lerdeza é qualquer atitude de certeza.

Não falo com aqueles da fala material.

Posso os escutar.

Já não tenho seus ouvidos.

Seus louvores me são gargalhadas.

Falo de mim

Para meus ouvidos.

Também vejo meus olhos na simbiose.

Ramon Catarse
Enviado por Ramon Catarse em 25/03/2013
Reeditado em 25/03/2013
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