INQUIETA É A NOITE
Não me acorde pássaro estridente
Não entre agora, sol fastidioso!
Deixa-me dormir no desvelo da renúncia
Nas mãos da bruma fresca
Das manhãs tão carinhosas
Agora a emoção dorme ao meu lado
Como um pássaro quieto
Um arcanjo no ar rarefeito
Ela é sempre irriquieta,
Um relâmpago prestes a explodir
Nas planícies quentes do sonho imperfeito
Deixa-me assim com minha face serena
Como quem recebeu um beijo de boa noite
Cuja alma se sente perdoada e feliz
Deixa-me caminhar lentamente
Nos becos sem ruídos do sono
Onde a inconsciência reina
E o sentimento do amor distraído,
Vagueia seminu pelas alamedas
Bucólicas da alma!