ANGUSTIA DA ALMA!

Chega, chega de metafísicas!

Ou de acúmulos de problemas sem soluções.

A mente já não dura tanto quanto o corpo.

Sinto que estou por aqui vagando

Por essas estradas do desconhecido

Só para me sentir de alguma forma vivo.

Sei que certo dia não serei mais capaz disso.

Sei que minha suposta moral não será mais a mesma.

Sei que se tive amores eles serão apenas boas lembranças

De uma vida que viveu tudo o que agora não pode mais.

Sei disso, sei daquilo.

Porem sei que na verdade nada sei.

Esqueceram de me ensinar o que vale de fato neste mundo!

Esqueceram de me dizer essa pequena coisa

Que perduraria por minha existência.

Que quando eu me encontrasse perante a morte

Eu me sentisse de algum valor

E se escrevo agora com lagrimas nos olhos

E com sangue nas mãos

Não é por me sentir passivo

Sou tomado de súbito por uma angustia

E me sinto totalmente controlado por ela

Veio assim, não sei de onde

Que me tomou não sei como

Mas me fere de tal jeito!

Que chego sentir a alma morrer

A cada novo dia que nasce.

Choro neste instante calado

Tudo o que sinto e o que sou

Escorre por essas palavras

Choro por não mais saber sorrir

Choro por não mais saber viver

Mas não escrevo para pedir ajuda

Nem para que tenha pena de mim

Mas para que, de alguma forma,

Eu sinta que fui de valor ao mundo

Que, como o sol, eu também sei brilhar

E que este brilho, por mais que não seja eterno,

Pode aquecer os que por baixo disto viveram

Sinto-me morrer

Acho que perante isso posso me sentir aliviado

Porem se de calor a alma a mim representa

Então deixarei que ela me guie por entre os séculos!

Ah! Que dificuldade é essa que tenho de existir?

Será que todos os seres sofrem como eu?

Caio Follet
Enviado por Caio Follet em 16/03/2013
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