ANGUSTIA DA ALMA!
Chega, chega de metafísicas!
Ou de acúmulos de problemas sem soluções.
A mente já não dura tanto quanto o corpo.
Sinto que estou por aqui vagando
Por essas estradas do desconhecido
Só para me sentir de alguma forma vivo.
Sei que certo dia não serei mais capaz disso.
Sei que minha suposta moral não será mais a mesma.
Sei que se tive amores eles serão apenas boas lembranças
De uma vida que viveu tudo o que agora não pode mais.
Sei disso, sei daquilo.
Porem sei que na verdade nada sei.
Esqueceram de me ensinar o que vale de fato neste mundo!
Esqueceram de me dizer essa pequena coisa
Que perduraria por minha existência.
Que quando eu me encontrasse perante a morte
Eu me sentisse de algum valor
E se escrevo agora com lagrimas nos olhos
E com sangue nas mãos
Não é por me sentir passivo
Sou tomado de súbito por uma angustia
E me sinto totalmente controlado por ela
Veio assim, não sei de onde
Que me tomou não sei como
Mas me fere de tal jeito!
Que chego sentir a alma morrer
A cada novo dia que nasce.
Choro neste instante calado
Tudo o que sinto e o que sou
Escorre por essas palavras
Choro por não mais saber sorrir
Choro por não mais saber viver
Mas não escrevo para pedir ajuda
Nem para que tenha pena de mim
Mas para que, de alguma forma,
Eu sinta que fui de valor ao mundo
Que, como o sol, eu também sei brilhar
E que este brilho, por mais que não seja eterno,
Pode aquecer os que por baixo disto viveram
Sinto-me morrer
Acho que perante isso posso me sentir aliviado
Porem se de calor a alma a mim representa
Então deixarei que ela me guie por entre os séculos!
Ah! Que dificuldade é essa que tenho de existir?
Será que todos os seres sofrem como eu?