Nada existe em mim.
E não me é presencial
o que na fuga achou-me,
como se solitariamente me fosse o mundo
cheio de tantas ausências vãs,
domínio de surdas multidões,
casa de dor
que sabe de tudo
e não sabe de nada.
Encho-me do cheiro das coisas
para me lembrar da vida
com o olfato de minha memória.
Fujo quando minh’alma chora
e meu corpo, sorrindo, anda....
buscando estradas de desejos
cheio do vazio do medo,
das pernas do mundo,
retrato de tudo.