SOBRE TUDO SÓ...

A tarde declina débil,

Tremula flébil,

Deita delirante

N’um bronze horizonte

Poente.

E o negrume

Dessas horas noturnas

Invadem soturnas,

O vácuo vão

Do campo extremo

Da minha visão.

Manchando gradativamente,

Desde meus cerrados

Olhos fechados,

(Da minha mente obscura).

Até o outro horizonte imerso

Em sombras,

Que nasce soberana

Da penumbra.

E um barulho de vento

Uiva vagaroso,

Voa vertiginoso pelas ruas,

Pelos corredores de vagas calçadas,

Pelas pálidas estatuas de anjos,

Da praça.

Ah, é noite...

Os caminhos de casa tornaram-se tortuosos,

Perderam-se na escuridão por fim.

Meus pés já não os fazem,

Não mais,

Não encontram lugar p’ra ir,

Seguem os caminhos da tarde

Já desaparecida.

Dos ventos amotinados,

Soprando o pó de nossas vidas.

Tomb
Enviado por Tomb em 10/03/2013
Código do texto: T4181999
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