SOBRE TUDO SÓ...
A tarde declina débil,
Tremula flébil,
Deita delirante
N’um bronze horizonte
Poente.
E o negrume
Dessas horas noturnas
Invadem soturnas,
O vácuo vão
Do campo extremo
Da minha visão.
Manchando gradativamente,
Desde meus cerrados
Olhos fechados,
(Da minha mente obscura).
Até o outro horizonte imerso
Em sombras,
Que nasce soberana
Da penumbra.
E um barulho de vento
Uiva vagaroso,
Voa vertiginoso pelas ruas,
Pelos corredores de vagas calçadas,
Pelas pálidas estatuas de anjos,
Da praça.
Ah, é noite...
Os caminhos de casa tornaram-se tortuosos,
Perderam-se na escuridão por fim.
Meus pés já não os fazem,
Não mais,
Não encontram lugar p’ra ir,
Seguem os caminhos da tarde
Já desaparecida.
Dos ventos amotinados,
Soprando o pó de nossas vidas.