E quem mais?

E quem mais, senão eu, a sentir o frio das horas vazias,

o amanhecer oriundo de outra noite perdida entre esperas,

o enternecer da saudade das coisas que nunca vivi?

E quem mais, senão eu, no esquecimento das memórias,

no vago afã dos desesperos, entre tantos destemperos,

almejando viveres distantes de tudo aquilo o que senti?

E quem mais, senão eu, fechando as cortinas para o sol,

esvaziando cinzeiros sujos, com o cigarro entre os dedos,

a fumaça enchendo o ar, enquanto esvazio o que perdi?

SINUHE
Enviado por SINUHE em 10/03/2013
Código do texto: T4180784
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.