Noite

Primeiro foi à noite. E a noite fria,

Desta engendrou-se a luz opaca,

Depois, se fez o agudo desespero.

Onde esta o dia que moldei?

E um mar se fez, da lucida colheita,

Que plantei só de espinhos acres

Houve flores estáticas que procuravam

Houve fome da carne e amor de dores

Por ti deixei do meu rebanho lento

A alva timidez; da minha paixão

E o fogo acolhedor já não me procura

Vem se tornando como brasa

E a brasa morta transformada em pranto.