Abraçando-se

Solidão, minha amada, tenho sobrando.

Ela insiste em cortejar-me ( como moscas ao pão)

E em toda serenata ao luar

Ela segura-me pela mão.

Quando penso em saltar, nas peripécias juvenis

Ela, por falta de constância, e, não percebendo-se

Acaba, num ato burro e involuntário

Abraçando-se...

Com suas lembranças envoltas

Em fios de passados

Ela vai dançando, sozinha, na calma madrugada

E enxergando-se enquanto a luz está apagada.

Izaías Serafim
Enviado por Izaías Serafim em 06/03/2013
Código do texto: T4175117
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