Abraçando-se
Solidão, minha amada, tenho sobrando.
Ela insiste em cortejar-me ( como moscas ao pão)
E em toda serenata ao luar
Ela segura-me pela mão.
Quando penso em saltar, nas peripécias juvenis
Ela, por falta de constância, e, não percebendo-se
Acaba, num ato burro e involuntário
Abraçando-se...
Com suas lembranças envoltas
Em fios de passados
Ela vai dançando, sozinha, na calma madrugada
E enxergando-se enquanto a luz está apagada.