FINITUDE

Vejo o tempo sugando-te as forças

Busco- te no ontem, na janela fechada

O jovem amante das madrugadas

Ficou na memória das noites passadas!

Nessa poltrona em que descansas a vida

O peso das horas, da angústia que guardas

Dentro de ti as comportas fechadas

Represaste as lágrimas de furiosa enxurrada.

Hoje não cantas nem assobias

Nada te encanta, ruiu melodia...

O sono é maior que a tua vontade

Vilão dos desejos que tiveste um dia.

Nos olhos o filme já gasto e rodado

Na tela dos anos há tantos passados...

As lágrimas que deixo agora cair

Têm o sabor das palavras que eu não ouvi

Te amei... te sonhei... contigo vivi

Mas entender-te eu nunca... eu nunca entendi!

Juntos... tão perto... mas que distância imensa

Nos aparta as horas em que estamos a sós

Não te encontro à mesa, nem no meu travesseiro

Tão longe a essência do amor deixou o cheiro

E a palavra muda, calou- nos a voz!

Tina Oliver
Enviado por Tina Oliver em 05/03/2013
Reeditado em 29/08/2019
Código do texto: T4172127
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