O tempo passa, e vem aquela sensação de que não posso mais perdê-lo.
O tempo passa, e vem aquela sensação de que não posso mais perdê-lo.
Estou nesta estação onde o trem voa, e o tempo não o espera.
Não posso mais perder tempo pela esperança, mas é definitivo que vou embarcar-me pela razão, amor.
Mas lembre-se: existiu em sua vida alguém que te deu o tempo, mas você deixou passar. Existiu alguém que olhou em seus olhos e viu o Sol, olhou em sua face e viu o céu, e o nos seus passos a razão.
Queria que em algum momento você me olhasse nos meus pés e visse o oceano, pois eles estão tão fundos neste atual momento...
Nesta profundeza, as dores são imensas, mas a certeza é de que tenho que partir para um porto-seguro.
Por mais que esteja partindo, sei que eu deixarei de escutar meu coração, de sentir minha alma, mas estarei ouvindo a minha razão: a razão de que o tempo se esfarela como areia em minhas mãos cheias de calos.
Estou aqui com as malas prontas, à procura de seguir pela direção do tempo. Algumas gotículas saíram como ciscos dos meus olhos.
Como se estivessem saindo cacos de vidro dos meus olhos. Os cortes são evidentes e profundos, e a dor insustentável, mas é a hora de partir. Adeus, amor.
Viverei pelo meu futuro de um tempo melhor, porque não quero viver neste período conotativo. Tirei toda aquela minha veste que me fez perder tempo. Estou nu.
Porque é difícil viver em um tempo andando sobre pregos, pois os cortes ficam profundos e as dores imensas.
Nessa parede que esbarra em nossas vozes, nossas almas e nossos corpos, não há como ir a outro cômodo e não ser incômodo.
Neste imenso mundo de fantasias, talvez eu criasse você e você não me criasse.
Cansa viver em um curto momento para ser valorizado. Cansa doar a sua alma, e não ser sequer notado.
No fim, todos nós sabemos que vivemos de momentos, então, este é o momento de partir. Adeus, amor. - Renato F. Marques