O poeta e a cidade

Cabisbaixo, caminha o poeta.

Ouve o barulho da manhã;

Afasta-se da multidão,

diz palavras desconexas.

Vozes ecoam:

"Eis um cão com cara de gente".

A alma capta a luz

das flores miúdas,

guardam as mãos,

as cores e o voo

das borboletas.

Os sinos das igrejas,

não tocam mais.

Cala-se no peito uma prece.

Motociclistas voam;

entregam recados

às almas.

As ruas são as mesmas;

repetem cenas de loucura,

indiferença e tédio.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 24/02/2013
Reeditado em 24/02/2013
Código do texto: T4156569
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